quarta-feira, 16 de março de 2011

Saudade

Saudade é um negócio complicado. Tem gente que não gosta, enquanto outros dependem dela pra viver. Uns ficam deprimidos e alguns se alimentam de lembranças. Pessoas, lugares, cheiros, gostos, enfim... quase tudo é motivo pra se sentir saudade.

Eu, por exemplo, estou com saudade do Mineirão. O trânsito barulhento pra chegar ao estádio, as filas gigantescas pra comprar ingressos, o empurra-empurra pra entrar. As coisas ruins também fazem falta quando o motivo maior da saudade supera tudo.

Nada no mundo me deu emoção maior do que subir lentamente as escadas de acesso às arquibancadas, ouvindo as vozes da torcida ao longe. O tapete verde que se apresenta ao primeiro olhar no topo da escada. E os minutos de aflição que antecedem um grande jogo.

Sinto saudade dos amigos que iam comigo ao Mineirão. Saudade dos primos e tios, companheiros de arquibancada, que hoje vejo tão pouco. Saudade dos bons momentos antes dos jogos, e das horas de agonia ao voltar pra casa, depois de perder um clássico.

Saudade é assim mesmo. Cada um sente a sua. De coisas que estão perto ou longe. De gente que um dia volta. Ou que nunca mais vai voltar. Saudade do que foi bom. E até do que foi ruim. Saudade de coisas que a gente nem sabe mesmo o porquê de sentir tanta saudade...

3 comentários:

  1. Saudade do espetinho (de gato) e da cerveja gelada (ou não tão gelada) na porta, e do tradicional Tropeirão!!!

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  2. Ontem, durante o jogo do Cruzeiro, falei a mesma coisa: "que saudade do Mineirão... do tropeiro de lá, das agonias nas horas difíceis e das alegrias após os gols."

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  3. Amigo Marcão,

    Você não está sozinho nesta nostalgia. Me põe nesta lista, ao lado de milhares de pessoas, porque aquilo é um pedaço da vida da gente. E saiba que, talvez por simbolismo, no ano passado pedi ao Raso para que eu pudesse fazer uma visita às obras. Não como jornalista. Mas como quem morria de saudade do lugar. Trouxe pra casa uns 10 pedaços de concreto. Isso mesmo. Pedaços de concreto da arquibancada!!! Distribuí para os irmãos, primos e guardei um por aqui. De vez em quando, toco o cimento e é como se tocasse sentimento de verdade. Ah, Mineirão, como você faz falta pra gente....

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