sábado, 5 de março de 2011

Comemorações

Falar que o gol é a emoção maior do futebol é tão óbvio e antigo quanto Belchior imaginar a angústia do goleiro naquele momento. Vamos, então, deixar angústias e goleiros de lado, por ora, e nos concentrar apenas na emoção maior, já que o gol é o que move a vida. É o que transforma, inspira e arrebata. É o que derruba generais e eleva plebeus e bobos ao lugar mais nobre do trono. Nada mais justo, portanto, do que extravasar naquele momento toda a energia e inspiração possíveis.

A mais clássica comemoração de gols de todos os tempos é a do rei Pelé, claro. O soco no ar é um patrimônio mundial da humanidade, marca registrada de um gênio sem comparações. Imitada nos quatro cantos do mundo até hoje, justamente por ter sido tão sincera e verdadeira.

Mas, vários outros jogadores, mortais e de carne e osso, como nós, também gravaram seu nome na história, após marcar um gol e comemorar de forma diferente. Bebeto, na Copa de 1994, teve a companhia de Mazinho e Romário, para embalar o filho recém-nascido e emocionar todo o Brasil.

Paulo Nunes e Viola fizeram coreografias, levaram máscaras e chupetas dentro dos calções, provocaram os rivais e, também, se eternizaram na história. Raí e Neto tinham uma forma particular e emocional de dar seu soco no ar. Reinaldo viveu a plenitude dos anos 1970, ao comemorar como os Panteras Negras. Lela fez careta, homenageando os filhos, crianças, Alecsandro e Richarlyson, que cresceram e retribuíram, ao imitar a alegria do pai na hora do gol.

A emoção é tão impar, que Gilmar dos Santos Neves, bicampeão mundial com a Seleção Brasileira, em 1958 e 1962, sorria após sofrer um gol, mostrando a todos exatamente o oposto da angústia do goleiro. Quer coisa mais legal que isto?

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