domingo, 13 de fevereiro de 2011

Celso e Lucas

Celso Rezende é um cara tranquilo. Formado em educação física, é preparador físico e trabalha com o técnico Dorival Júnior há algum tempo. Já teve sob sua tutela atletas como Neymar, Paulo Henrique Ganso, Phillipe Coutinho, Guilherme, Marcelo Moreno e André, e hoje trabalha no Atlético, de Belo Horizonte, onde cuida de jogadores como Diego Tardelli, Magno Alves e o pentacampeão Ricardinho.

Lucas Silvestre é filho de Dorival Júnior. É outro cara tranquilo. E muito gente boa. Tem apenas 23 anos, mas já trabalha como auxiliar-técnico do pai. No Atlético. De Belo Horizonte. Lucas tem que matar um leão a cada dia pra mostrar sua competência e provar que tem talento pra viver no ingrato mundo do futebol, com suas próprias pernas, mesmo sendo filho de quem é.

No segundo semestre de 2007, portanto há apenas três anos e meio, Dorival Júnior era técnico do Cruzeiro. Da mesma Belo Horizonte. Rival do mesmo Atlético. Celso Rezende era preparador físico do clube e o Lucas, ainda na faculdade, acompanhava de longe, todos os passos do pai. Naquela época, o Cruzeiro venceu o Atlético duas vezes seguidas e os dois, Celso e Lucas, ficaram felizes da vida com os resultados.

Hoje os três, Dorival, Celso e Lucas, estavam no ônibus do Atlético que foi apedrejado por alguns marginais misturados na torcida do Cruzeiro, na chegada do estádio onde os dois times se enfrentariam. As notícias são boas. Os vidros se quebraram, mas ninguém saiu ferido. Alguns poucos estilhaços caíram no colo de Celso Rezende e Lucas Silvestre. Os mesmos que, pouco tempo atrás, estavam torcendo pro Cruzeiro vencer o Atlético, mas que hoje cometeram o gravíssimo crime de estar do outro lado. E por isso foram apedrejados!

Nunca vou entender isso. O cidadão sair de casa pra ver a coisa mais emocionante e divertida do mundo, que é o futebol, com a intenção de agredir, bater e até matar. Sorte grande que não aconteceu nada de mais grave com o Celso e o Lucas. Mas nem sempre é assim.

A gente tem que cuidar do nosso velho ludopédio, antes que acabem com ele.

Um comentário:

  1. nosso amado esporte bretão precisa incorporar o rigor com que os hooligans são tratados lá e botar esse bando de marginal imbecil no xilindró!

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