sábado, 15 de janeiro de 2011

A zebra

Eu torço pra um time grande no Brasil. Fundador do Clube dos 13 e coisa e tal. Presente em todos os almanaques e álbuns de figurinhas possíveis na minha infância. Sala de troféus abarrotada. Galeria de ídolos com mais de 50 tiozinhos com foto na parede. Meu time é tão bom que tinha que disputar o Campeonato Europeu, a Liga Universal ou a Copa Interclubes das Galáxias!

Mas como não existiam estes certames fantásticos na minha infância – e acho que não os inventaram até hoje – eu passava metade do ano vendo os campeonatos regionais. E torcendo pra que algum Alfenense, Goytacaz, Lajeadense, Pato Branco ou XV de Jaú da vida ganhasse dos nossos times grandes na rodada de domingo.

Tudo por causa da zebrinha do Fantástico. Aquela zebra fez parte do imaginário de uma geração! Bastava o Olaria sair na frente do Vasco ou o Galícia marcar um gol no Bahia, pra turminha com menos de dez anos de idade ficar torcendo pra que aquele resultado se mantivesse até o final. E todo mundo cruzava os dedos pra zebrinha aparecer depois dos Trapalhões e acabar de povoar a fantasia da infância com o improvável resultado e a voz aguda gritando que era zebra.

Acho que é por isso que eu gosto tanto de times como Caldense, Friburguense, Glória de Vacaria, Toledo e Taubaté até hoje. Eram eles que, naquela época, ouriçavam a zebrinha da TV e faziam a gente morrer de rir.

Hoje, a zebrinha não existe mais. Aliás, nem a loteria. Ou alguém aí fica de olho no cartão achando que fez os treze pontos?

Se você torce pra algum clube fundador do Clube dos 13, bem vindo a minha vida. Eu também torço. Mas vou torcer pro seu time perder na estreia do Estadual. Não joguei na loteria, mas vou lembrar da zebrinha rindo de você...

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