quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Chorar

Duas cenas de choro me marcaram nessa semana ludopédica. Primeiro o da Marta, ao receber pela quinta vez consecutiva o prêmio de melhor jogadora do mundo. Depois o do Thiago, zagueiro do time júnior do São Carlos, logo após fazer um gol contra bisonho, que acabou desclassificando seu time da Copa São Paulo, aos 47 do segundo tempo.

Marta saiu de Dois Riachos, no interior de Alagoas, e conquistou o mundo. Pentaconquistou o mundo. Contrariando todos os prognósticos que só a lógica da bola pode desafiar. E por isso ela chorou.

Thiago sonhava com um espaço no tão concorrido futebol profissional. E só uma reviravolta muito grande pode dá-lo uma chance real depois da trapalhada que fez. Ele sabe disso. E por isso também chorou.

Os dois choros foram legítimos. Por motivos e sentimentos totalmente opostos. E isso é o mais fantástico deste esporte.

Eu já vi muita gente chorar por causa de futebol. Já tive pena de quem chorava. Já tive raiva. Já achei graça. E já tive inveja. Sim, por não conseguir me emocionar daquele jeito naquela hora com aquele jogo.
   
Também já chorei várias vezes. Feliz e orgulhoso como a Marta. Desapontado e envergonhado como o Thiago. Mas não faz mal. Chorar é bom. Triste mesmo é não chorar. Triste é passar impune e ileso por esse fascínio universal chamado futebol.

Viva a Marta, a melhor jogadora do mundo! E viva o Thiago, que não teve vergonha em desabafar sua emoção!

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