terça-feira, 3 de maio de 2011

Goleada

Dia desses, uns amigos meus de São Paulo perderam um jogo por 12 a 1, num campeonato de jornalistas organizado por lá. Quando fiquei sabendo da notícia, fiquei indignado. Não que os caras lá joguem alguma coisa pra perder de menos, mas o que mais me irritou foi a falta de vergonha na cara de levar uma goleada tão grande e deixar o jogo terminar impunemente.

Eu me lembrei na hora de um ‘amistoso’ que disputei no auge da minha adolescência contra um time do bairro vizinho. Lá pelos 15 minutos do segundo tempo, o placar estava nuns 7 ou 8 a 0 pra eles. Era um vareio de bola, um verdadeiro passeio. O time deles tabelava, dava chapéus, canetadas, toques de letra, enfim, um massacre humilhante. Pra nós, claro.

Até que duas das figuras mais corretas da minha equipe, Tonhão Trambique e Givanildo Tumulto, resolveram colocar ordem nas coisas. Foi uma sessão de bicudos, pescoções e joelhadas nas partes baixas tão longa e pesada que o jogo teve que acabar com os mesmos 7 ou 8 a 0 pro time deles.

Não que isso seja motivo de orgulho para mim ou para algum de meus companheiros daquela inglória jornada. Mas o fato é que, já na semana seguinte, ninguém mais se lembrava da goleada que tomamos, mas sim, da homérica pancadaria que rendeu assunto por muitos anos na zona leste de Belo Horizonte.

...

É claro que o texto acima é fictício e uma grande brincadeira. E poderia terminar assim, sem as explicações do parágrafo que se segue. Mas do jeito que as coisas andam nos dias de hoje é bom avisar. E pedir. Percam de 7 ou 8, percam de 12. Levem 15 gols no lombo, se preciso for. Não há vergonha nisso. Vergonha é fazer o que os jogadores de Goiás e Vila Nova fizeram no último domingo, no Serra Dourada. Nisso Tonhão Trambique e Givanildo Tumulto concordam comigo. E Robertinho Safanão também!


* Dedicado aos guerreiros do Globoesporte.com/SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário