terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Verdades e mentiras


 
Eu trabalho no maior site de notícias do Brasil, parte de uma das mais importantes empresas de comunicação do mundo. Deus, minha família e alguns poucos e bons amigos sabem o tanto de pedras que carreguei pra chegar lá. Algumas pedras, inclusive, foram carregadas literalmente, só pra usar aqui esta palavrinha que faz tanto sucesso hoje e é tão usada pela maioria das pessoas.

Tudo o que eu escrevo no site é verdade. Absolutamente tudo. Sou fiel à profissão que escolhi, à empresa em que trabalho e paga meu salário, e aos meus leitores. Se existe alguma mentira em qualquer matéria que publico, ela saiu da boca de um entrevistado e passou batida por todos os filtros que o bom exercício do jornalismo me obriga a usar antes de publicá-la.

‘Por que tudo isto?’, você deve estar se perguntando aí. Isto é apenas pra dizer que eu levo a sério a responsabilidade que tenho em falar a verdade quando estou trabalhando. Meu sustento depende da minha credibilidade e da confiança que passo para as pessoas em meus textos.

Mas quando estou de bermuda e camiseta, tomando uma cerveja gelada, no aconchego do meu lar, as coisas são diferentes. Uma mentirinha é sempre bem-vinda, não é mesmo? Desde que ela não prejudique ninguém e nem altere o rumo correto da vida, que fique claro. Fazer hora com a cara dos outros, sem qualquer tipo de constrangimento e humilhação, é bom dizer, é um negócio gostoso demais.

Ainda mais quando a mentira é trabalhada e pensada, envolvendo uma série de fatores que formam uma teia completamente verossímil. Ver seus amigos espantados, acreditando no absurdo que você inventou, é muito divertido.

É como eu disse. A mentirinha não deve atrapalhar nem constranger ninguém, se não vira agressão e desrespeito, e isto não tem graça nenhuma.

Portanto, se você ler alguma coisa estranha que postei no meu perfil do Facebook ou no Twitter, desconfie mesmo. Mesmo que ela pareça uma utilidade pública, um alerta importante ou uma informação relevante.  Como também pode parecer – e parece, na maioria dos casos – uma besteira de primeira grandeza.

Redes sociais são fundamentais para nossas vidas modernas, não há como negar. Mas elas não são a vida real. Nunca serão. Melhor do que cutucar é dar um abraço de verdade. Mais gostoso do que retuitar é contar um segredo ao pé do ouvido. Mais sincero do que curtir é tomar uma cerveja ou ir ao cinema com aquele amigo que você só encontra virtualmente.

Acredite em mim quando você ler alguma matéria que escrevi. É tudo verdade, pode confiar, dou minha palavra de honra. Mas, por favor, não me leve a sério nessas tais redes sociais. E nem tenha raiva se você caiu em uma das minhas lorotas. Não foi por mal. Eu só estou fazendo minha parte para que o mundo fique menos chato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário