quarta-feira, 13 de julho de 2011

O golaço

Não sou muito de me gabar dos meus feitos, mas algumas coisas não podem passar impunemente pela história, sem que todos os meus amigos saibam. Como o gol que fiz no Maracanã, por exemplo. Sim, no Estádio Mário Filho, no Rio de Janeiro. Sem truques, é tudo verdade!

Em 2008, eu estava na capital carioca, trabalhando em um jornal de lá. Fui escalado para a cobertura do jogo beneficente que o Zico organiza todo ano, no Maracanã. Fiquei todo empolgado, claro, ainda mais porque o convidado de honra da festa naquele ano era ninguém menos que Diego Armando Maradona.

Mesmo sendo um evento beneficente, jogo festivo e coisa e tal, era muito excitante ver Maradona, Zico, Ronaldinho Gaúcho, Júnior, Roberto Dinamite, Romário, Bebeto e Ronaldo Fenômeno reunidos no mesmo gramado. Era como jogo de botão ou playstation, todos os craques juntos na mesma partida.

Terminou o primeiro tempo, o placar não me lembro e pouco importa. Tirei umas fotos com o celular, fiz algumas entrevistas e vi bem de perto quando Gabriel, o Pensador, se queixou de uma dor na coxa. O treinador do time azul, o que tinha Zico e Maradona, reclamou em voz alta e ficou se perguntando onde ia achar alguém pra entrar em campo àquela altura do campeonato. Olhou pra mim e esbravejou:

- Joga bola, gordinho?

- Jogo. Já fui profissional na minha terra - menti descaradamente.

- Então vem comigo.

O mal-humorado me deu chuteira e unifome completo e, mesmo desconfiando da minha silhueta, me mandou pro campo. Sem truques, é tudo verdade!

Estar ali já era um feito e tanto. Uma façanha monstruosa. História pra contar pra todo mundo que conheço. Lembro-me bem da cara que o Zico fez quando me viu ao lado dele, pedindo bola. Não foi de desaprovação nem nada. Acho até que foi de alívio, porque o Pensador não era mais do time dele.

O jogo ia seguindo, eu tinha tocado na bola umas duas ou três vezes só. Mas já tinha pedido autógrafo pro Mauro Galvão, batido papo com o Careca e dado dois tapas na careca do Júnior Baiano. Sem truques, é tudo verdade!

Até que Maradona recebeu a bola no meio. Driblou Piazza e Beckenbauer e tocou pro Zico. Com uma ginga de corpo, o Galinho de Quintino tirou Passarella e Maldini da jogada e lançou a bola pra mim. Eu não me assustei com o Maracanã lotado. Matei no peito, dei um lençol no Gamarra e um leve toque de cobertura sobre o Dino Zoff. Golaço! A multidão veio ao delírio. Milhares, talvez milhões, gritaram o meu nome naquela hora. Até que o despertador tocou e eu acordei.

Sem truques. É tudo verdade! Eu tive este sonho mesmo!

Um comentário:

  1. Pare de imitar o maior líder negro da história dos Estados Unidos!

    Ele que disse: "I have a dream!"

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