terça-feira, 26 de julho de 2011

Bolinho de feijão

Falar de comida nos estádios de Minas Gerais é automaticamente despertar os sentidos para um apetitoso prato. Paladar, olfato e visão já se atiçam, só ao ouvir o chamado da audição, ao simples pronunciar da expressão ‘feijão tropeiro’.

O tropeirão é lindo. O multicolorido do feijão, a couve viçosa de tão verde, o torresmo crocante e o molho rubro se juntam ao frescor do bife de lombo, numa combinação sem igual. Além de tudo, ele é cheiroso. Uma mistura de aromas que chega perto da perfeição. Tudo isto só poderia resultar num dos pratos mais gostosos da culinária popular brasileira. Servido dentro de um estádio de futebol então...

De tão famoso, o feijão tropeiro do Mineirão virou uma lenda urbana de Belo Horizonte. Atração turística, atrai visitantes de vários lugares do Brasil, além de já ter inspirado outros estádios, interior afora, na cópia da mesma receita.

Mesmo sendo um fervoroso fã do tropeirão, confesso que meu grande fetiche gastronômico do Mineirão era o bolinho de feijão. Desde criança – e olha que isso já faz tempo – me lembro do mesmo vendedor, de jaleco branco e cesta de vime na mão, oferecendo os irresistíveis bolinhos.

O tempo passou, proibiram a cerveja nos estádios, mas o bolinho continuou acompanhando o refrigerante. O interessante é que o vendedor não era credenciado oficialmente, então a gente só o via depois que os portões do Mineirão já estavam abertos para a saída da torcida.

Dizem que o famoso gigante da Pampulha será reaberto em 2013. Duvido muito que o velho vendedor de bolinhos de feijão estará autorizado a vender suas delícias no novo Mineirão, moderno e preparado para receber os estrangeiros consumidores de fast food.

Mas eu sei que vou encontrá-lo em algum lugar fora do perímetro autorizado pelas autoridades. E lá estacionarei minha fome e meus sentidos, para honrar a tradição da minha infância, e me deliciar com os velhos bolinhos de feijão do homem de jaleco branco do Mineirão.


* Para o amigo Felipe Ribeiro, que também é fã do famoso bolinho de feijão

3 comentários:

  1. Tinha um cara que ficava na escada, que sobe pra arquibancada.
    Sempre comprava com ele e engasgava.
    Sem engasgar, o Cruzeiro perdia.
    Comia na entrada e na saída.
    Bão toda vida!

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  2. Quem gosta mesmo de futebol não fica preocupado com quitutes!

    Larga mão de ser fresco!

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  3. eu conheço o vendedor de bolinhos de feijão do mineirão, não precisa se preocupar, porque se ele não conseguir vender lá dentro com certeza vai vender do lado de fora do estádio,Márcio o nome do vendedor de bolinhos de feijáo já trabalha a mais de 30 anos com isso, e não vai ser uma obrinha que vai fazer-lo parar...

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