Ele pigarreia e enrola, até que não consegue mais evitar e manda a pérola:
- Eu não sou contra a reforma agrária. Teoricamente, sou a favor. (...) Você não entende? Agora não é teoria. Agora são as terras do velho!
Com os torcedores de futebol, nas redes sociais, é mais ou menos a mesma coisa. Quando um jornalista elogia ou aponta algum ponto positivo no time de coração do sujeito, ele faz questão de dizer para meio mundo que o cara é o melhor profissional do planeta. Um novo Nélson Rodrigues, o Armando Nogueira da nova geração, o Cásper Líbero dos nossos dias. Praticamente a reencarnação do Barbosa Lima Sobrinho.
Mas, se o caso é o contrário e o jornalista critica ou mostra algum defeito no planejamento, esquema tático ou jogador do time do sujeito, a situação muda totalmente. Então, ele urra para o mundo todo que o cara é o pior entre os mais horríveis profissionais do universo. Um novo Osama Bin Laden, o Charles Manson da nova geração, o Jack Estripador dos nossos dias. Praticamente a reencarnação de Adolf Hitler.
Até aí, tudo bem. Ninguém é obrigado a concordar com ninguém, muito menos quando se trata de futebol. Opiniões são quase sempre divergentes, até mesmo em torcedores do mesmo time. Mas, respeito é bom e todo mundo gosta.
Não concordar com o que um jornalista fala é direito de todos. Questionar e criticar são praticamente deveres. Mas isto não permite a ninguém agredir o profissional, mesmo se o que foi dito ou escrito seja um absurdo, na visão do torcedor.
Isto é o que mais se vê nas redes sociais nos dias de hoje. Torcedores ameaçam, achincalham e ofendem jornalistas, como se isto fosse um esporte. Sem regras, é claro. O que os dá o direito de fazê-lo? Só porque estão em ambientes virtuais, as pessoas se sentem seguras e protegidas pelo anonimato, a ponto de cometerem verdadeiras barbaridades pela Internet?
A identidade não revelada não é escudo para que qualquer tipo de besteira seja feita. A Internet permite que algumas pessoas cometam atos que jamais teriam coragem de cometer pessoalmente. Então, é bom que os torcedores passem a ter mais respeito e educação ao interagir com um jornalista nas redes sociais, sabendo que, do outro lado do computador, também está um cidadão que paga contas, toma vacinas e tem fome e sede. É bom abrir o olho, porque nem sempre a reforma agrária chega só à fazenda do vizinho.
Acontece o contrário, também. E muito. Jornalista que pensa ser o dono da razão e menospreza a opinião alheia. Jornalista que se sente superior a todos os outros.
ResponderExcluirMas, concordo com o texto. Torcedor é um bicho chato demais.
E "jornalistas" ofenderem torcedores, pode?
ResponderExcluirE acharem que torcedor é trouxa e que qualquer baboseira sem fundamento e verificação vão enganá-lo, bastando escrever no twitter? Pode?
E plantar notícias? Também pode?
E "jornalista' ofender torcedor, pode?
ResponderExcluirE escrever qualquer baboseira sem fundamento, sem apuração, achando que vai enganar o torcedor e garantir acessos, pode?
E plantar notícias, atendendo a interesses de empresários e dirigentes,também pode?
Achar que torcedor é burro pelo visto também pode...
Não concordo com esse cooperativismo.
Quem é pedra um dia vai ser telhado, e segue a vida...