Há uma grande lista de fatores externos, entretanto, que isto fique bem claro. Chuva, frio e calor extremos podem favorecer uma equipe mais acostumada a jogar em determinadas condições meteorológicas. A famigerada altitude, que faz da seleção boliviana e dos clubes do país bravos leões dentro de casa e mansos gatinhos fora, é outro exemplo clássico. O principal, porém, é a arbitragem. Os erros dos juizões, frequentes mundo afora, são tão ou mais influentes no placar de um jogo quanto o desempenho do melhor craque em campo.
É muito comum ouvir que houve injustiça no placar de um jogo no qual um time que atacou durante a maioria do tempo perdeu para outro que se defendeu os 90 minutos e só foi uma vez na área adversária. Mas que, mesmo assim, conseguiu vencer por um magro e valioso 1 a 0.
Onde está a injustiça aí? Das seguintes hipóteses, uma certamente é verdadeira. Ou os atacantes do time perdedor não tiveram competência para fazer os gols, ou a defesa adversária conseguiu evitar todas as chances criadas, ou, então, foi o goleirão da equipe vencedora que viveu seu dia de herói. Tudo isto faz parte do jogo e é o que torna o futebol este esporte tão imprevisível, mágico e fascinante.
O dilema que surge a partir daí, então, é sobre o merecimento, já que um time buscou a vitória insistentemente e perdeu. Enquanto o outro, que só se preocupou em não ser derrotado, saiu de campo vitorioso.
Exemplos para isto também não faltam, já que a Itália, quatro vezes campeã mundial, pratica um esporte feio, e muito parecido com o futebol, como dizem os críticos mais ácidos do estilo de jogo da Azurra.
Merecidas ou não, o fato é que não existem vitórias injustas no futebol. E é por isso que o esporte continua sendo o mais popular do planeta, e será assim para sempre. Porque só ele tem o poder de mobilizar mais países que a ONU, de parar uma guerra por alguns dias e de fazer com que o mais fraco tenha chances reais de vencer o mais forte. Desde que não neve na altitude. E que o juizão não colabore com o adversário poderoso, é claro.
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