Eu tenho muita pena de quem não gosta de futebol. Pena mesmo. Dó, compaixão, piedade, compadecimento, comiseração. Daquele tipo tão forte que chega a me deixar triste, com vontade de colocar o pobre diabo no colo, alimentá-lo e fazê-lo dormir. Apenas pra que ele se esqueça do quão miserável e vazia é sua condição humana.
A situação de flagelo de quem não gosta de futebol é tão
deprimente que a pessoa não consegue se emocionar ao entrar num estádio lotado.
Não tem palpitação nem taquicardia em semana de clássico. E nem se arrepia ao
ouvir um hino, simplesmente porque não tem um clube de futebol que tome conta
de seu coração inútil, infeliz e desabitado.
O cidadão justifica sua opção em não gostar de futebol,
orgulhoso e arrogante, dizendo que há coisas mais importantes no mundo. Mas é
claro que há, todos sabem disso! A saúde, por exemplo, é uma delas. Porque não
é possível jogar futebol com o joelho quebrado, a unha inflamada ou a espinhela
caída. No mais, todos os outros argumentos dos anti-futebol são ridículos, ignorantes
e sem sentido.
O que me resta, enfim, é torcer para que aqueles que não
gostam de futebol respirem os dias que restam de suas existências monótonas e
tediosas em paz. Porque não adianta rezar para quem não tem alma nem sangue
correndo nas veias. E que a eternidade reserve para eles um lugar sem emoções,
sensações e sobressaltos, para todo o sempre, bem como foram suas vidinhas medíocres
aqui na Terra.
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