quarta-feira, 4 de julho de 2012

Corinthians x Boca


Não sou torcedor do Corinthians nem do Boca Juniors, e também não tenho antipatia ou mágoa especial com nenhum dos dois. Portanto, tenho a consciência tranquila para falar que verei o jogo desta noite com os olhos isentos de um simples apreciador do velho ludopédio.

Por isto mesmo é que repito uma frase que costumo dizer com frequência:

- Pobres daqueles que não gostam de futebol!

Sim, porque é difícil não se envolver no clima de um jogo como este, final da Taça Libertadores, sonho de cem entre cem torcedores sul-americanos, ainda que seu time nem tenha passado perto de estar nesta decisão.

A repetição exaustiva e a overdose de comentários sobre o jogo durante toda a semana podem irritar os pobres diabos que não gostam de futebol, e talvez até mesmo os fãs mais ardorosos do esporte. Mas, ainda assim, isto é pequeno perto do que acontece quando a bola rola.

A emoção, o envolvimento, a paixão, o amor e a adrenalina envolvidos numa partida como esta são inexplicáveis para os que não apreciam o futebol. Parecem coisa de maluco ou de gente que não tem nada mais importante para se preocupar ou fazer.

Mas, para os que vibram com o esporte mais popular do planeta, isto é fato normal. Recheado de prazeres, que aqueles outros jamais vão entender.

Final de Libertadores é para ser vivida intensamente, desfrutada em cada segundo, nos seus mínimos detalhes. O mérito de estar ali é para muito poucos e até o perdedor tem motivos para se orgulhar.

A dor da derrota é lancinante, pungente, terrível, e deixa cicatrizes profundas e eternas. Mas, no fundo, e o heroico torcedor batido sabe disso, uma grande história foi vivida, e, mesmo que o final tenha sido triste, foi muito bom ter chegado vivo e repleto de esperanças até ali.

Vencer, então, é um privilégio de poucos. São raros os que atingem o glorioso panteão de ser campeão de uma Libertadores, ainda que todos sonhem com isto. A sensação de felicidade e a certeza de ser o mais importante do continente são uma mistura de satisfação, realização pessoal e êxtase. Tentar explicar o que se passa dentro de si neste momento é inútil e muito complicado para ser traduzido em palavras.

Que Corinthians e Boca façam uma memorável final. Que o campeão tenha consciência do seu monstruoso poder de assombrar e aterrorizar os inimigos. E que o derrotado valorize o longo caminho trilhado até o revés.

Está achando tudo isto um exagero e uma bobagem? Que pena de você, que não gosta de futebol...


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