O desempenho da delegação brasileira na Paraolimpíada de Londres é digno de louvor. O sétimo lugar conquistado, com 43 medalhas, sendo 21 de ouro, deixou o Brasil à frente de países como Alemanha, Holanda, Itália, Coreia do Sul, França, Espanha, Canadá, Nova Zelândia, Japão, Suécia, Finlândia, Suíça, Noruega, Bélgica e Dinamarca.
Ufanista como poucos, o brasileiro só presta atenção aos Jogos Paraolímpicos quando o número de medalhas vai aumentando exponencialmente, como já havia acontecido em Atenas e Pequim. Mas, o mais importante de tudo se perde. Cada atleta carrega consigo uma história especial, de superação e vitória pessoal, que, muitas vezes, é substituída por um número ou uma marca.
O resultado em Londres é importantíssimo sim. Porém, ele traz muito mais responsabilidades do que motivos para comemorar. Não quero ir na contramão da festa, mas não posso deixar de fazer um alerta. Será que as condições dos deficientes no Brasil são melhores do que nos países citados acima? Acessibilidade, oportunidades de trabalho, luta contra o preconceito, apoio do governo, enfim, tudo isso deve ser debatido por todos nós, de forma muito mais intensa que o quadro de medalhas final.
O trabalho agora deve ser feito para que as medalhas se transformem em inspiração para os jovens. Que os ídolos das Paraolimpíadas sirvam como exemplo nas vidas de muitos, que buscam alento em meio a tantas dificuldades. Que a sociedade cobre as mudanças diárias e cotidianas que o país precisa para tratar com dignidade os deficientes. E que o governo saiba respeitar e dar o devido valor a quem tem tanto para contribuir com o crescimento e desenvolvimento do país.
Vale a festa, claro, ela é justa e merecida. Mas que a cobrança não caia no esquecimento com o passar do tempo. E que as lutas e necessidades dos milhões de deficientes do Brasil não sejam lembradas apenas daqui a quatro anos, quando outra Paraolimpíada começar.
Oi! Desculpa fazer um comentário que não está relacionado a este post (apesar de ter apreciado muito suas observações sobre essa questão dos deficientes no país e nossos paratletas). Encontrei um post antigo em que você fala escreve sobre uma imaginária visita dos Beatles a BH na década de 1960 (a história do IAPI). Imaginei que você talvez gostaria de saber que existe uma campanha organizada por fãs chamada Paul, vem falar UAI, cuja ideia é justamente mostrar que o público quer muito ver o Paul passeando por BH. Está rolando desde o ano passado e faço parte da organização. Já faz uns meses corre boatos segundo os quais Paul viria a BH em janeiro do ano que vem para inaugurar o Mineirão. Se se interessar, dê uma olhada na página que a gente criou no Facebook: https://www.facebook.com/Paulvemfalaruai
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